Marcha das Margaridas 2011 Em sua 4ª edição, movimento que ocorre a cada 4 anos, foi criado em 2000 para homenagear a líder sindical, Margarida Maria Alves, morta em 1983, após denunciar na justiça usineiros e senhores de engenho.
Por iniciativa dos movimentos sociais, com apoio do Governo Federal, aconteceu nos dias 16 e 17 de agosto, a 4ª Marcha das Margaridas no Distrito Federal. A praça dos três poderes foi tomada por cerca de 150 mil mulheres do campo e da floresta que estiveram presentes para discutir políticas públicas, melhores condições de vida para as mulheres do campo, agricultura familiar, questões sobre a preservação do meio ambiente e violência contra a mulher. Representando o Sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras Rurais de
Ipirá e o movimento de reforma agrária do assentamento Dom Mathias, a senhora Maria das Dores Carvalho, participou do evento que contou com as presenças da nossa Presidenta, Dilma Rousseff; da Ministra da Casa Civil, Gleise Hoffmann; dos Direitos Humanos, Maria do Rosário; da Secretaria de Políticas e Programação de Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros; da Ministra da Cultura, Ana de Holanda, além de artistas, escritores, atrizes e nomes importantes dos movimentos sindicais de todo o
país. Segundo Maria das Dores, discutir as políticas públicas foi um ponto forte do evento, uma vez que aconteciam diversas oficinas com temas voltados para as necessidades das mulheres e da população que trabalha e vive no campo. Maria das Dores participou da oficina Terra, Água e Agroecologia. “
Escolhi esse tema justamente porque trata de algo que é muito próximo a minha realidade. A questão das divisões das terras, das águas e seu aproveitamento e do fortalecimento da agricultura familiar. A questão do uso dos agrotóxicos e toda a degradação que eles causam, foi bastante discutida. Da mesma forma, foi incentivado o uso de fertilizantes naturais impedindo, assim, a contaminação do solo e prevenindo doenças aos trabalhadores que, infelizmente, ainda fazem uso desse tipo de produto”. Perguntada se a mesma tem conhecimento do uso de agrotóxicos em nosso Município, Maria das Dores disse que, desde a fundação do movimento e do assentamento Dom Mathias, discute-se bastante a questão da preservação do meio ambiente e que muitas pessoas comungam com o ideal de não utilizar esse tipo de produto. Segundo Maria das Dores, o conhecimento obtido nas oficinas, facilitará o alerta à população que insiste em fazer uso dos agrotóxicos. Emocionada, Maria das Dores conta que a Presidenta Dilma fez um belo discurso e deixou claro seu interesse em lutar e fazer valer os direitos das trabalhadoras do campo e da floresta, além de garantir novos programas com incentivo à cultura, educação e distribuição de renda. “Fiquei bastante impressionada com a organização do evento, que, para minha surpresa, contou com visitantes de outros países. A interação proposta no evento foi incrível, acampamos em um parque da cidade e não faltou qualquer tipo de assistência. Ambulatórios médicos foram armados a cada 200 metros dentro do acampamento. Cada momento foi contagiante, não parávamos de trocar conhecimento, a interação foi total.” Feliz com a companhia das companheiras de luta e conterrâneas, Crizanice Ramos, representando também o Assentamento Dom Mathias e Ana Luzia, representando o movimento das mulheres. Essas “Margaridas” voltaram repletas de novidades.
Durante o ato, foi entregue uma pauta de reivindicações à nossa Presidenta. Com o brilho nos olhos e a força de uma mulher do campo dedicada e batalhadora, Maria das Dores, traz consigo as palavras da cantora Margareth Menezes: “Se queremos um País sem violência, precisamos começar com as atitudes a partir dos nossos lares, educando nossos filhos para serem homens e mulheres de bem. A transformação depende de nós, mulheres e mães. Vamos lutar por um país diferente!” “ Eu acredito na mudança!” concluiu Maria das Dores com um belo e largo sorriso.
REDAÇÃO: Ana Maria Fernandes











Nenhum comentário:
Postar um comentário